domingo, 3 de maio de 2009

"Tem gente que aproveitava bem mais aquela janela da sala. Sim, bem mais que eu. Enquanto eu encaro o retângulo, outros se escoram no parapeito, observam. Ele, porém, pensa... pensa muito e escreve. Oh, inveja desgraçada!"

O CastanhaZ tá muuuuuuuuuuuito feliz!
Mesmo não tendo tempo pra se atualizar, estar por dentro das coisas, ele está imensamente feliz!
Não pelos presentes, em sim. Mas pelo significado!


Dois selos e um texto!


1 - Primeiro: os selos.


O primeiro selo foi o "Troféu do Amigo" (indicado por http://hoppipollablog.blogspot.com/ )





"Regras deste selo: Esse é o Troféu do Amigo! Esses blogs são extremamente charmosos. Esses blogueiros têm o objetivo de se achar e serem amigos. Eles não estão interessados em se auto promover. Nossa esperança é que quando os laços desse troféu são cortados ainda mais amizades sejam propagadas. Entregue esse troféu para oito blogueiros(as) que devem escolher oito outros blogueiros(as) e incluir esse texto junto com seu troféu!!!"






O segundo foi o "Lista de Desejos" (indicado por http://hoppipollablog.blogspot.com/ )




As regras são:
1 – A pessoa selecionada deve fazer uma lista com oito coisas que gostaria de fazer antes de morrer.
2 - É necessário que se faça uma postagem relacionando estas oito coisas e é necessário que a pessoa explique as regras do jogo.
3 – Ao finalizar, devemos convidar oito parceiros de blogs.
4 – Deixar um comentário para quem nos convidou.




obs: Adoro esse tipo de coisa! Dá pra escrever mil vezes e, ainda assim, ter mais mil idéias pra outros mil textos! \o/



E os indicados desse mês sããããão:

1 - http://pantofoblog.blogspot.com/ (precisa atualizar!)
2 - http://contramorte.blogspot.com/
3 - http://moedarachada.blogspot.com/
4 - http://thesolarisproject.blogspot.com/
5 - http://nerdsheaven.blogspot.com/ (espero que esteja certo...)


A listinha requisitada pelo segundo selo contém:

1 - Aprender a jogar xadrez.
2 - Pular de pára-quedas (queda livre, primeiro, claro!).
3 - Ser ph.D em alguma coisa que eu ainda não descobri (apesar de querer morrer jovem...)
4 - Viajar para o máximo de lugares que eu puder.
5 - Ajudar pessoas com o meu trabalho.
6 - Tocar violino.
7 - Escrever para 'eles'.
8 - Comer caqui escutando Echoes... (até finalmente morrer! - engasgada não, plz!)

JURO!

Juro que faço o texto depois... tipo, a hora normalmente aparece errada nas minhas postagens, mas já são 23:59... quase amanhã... e amanhã tenho que acordar cedo e voltar pra vida de verdade... Portanto, em outra oportunidade eu posto o texto que envolve os itens listados...

obs: CastanhaZ agradece a Hoppíola pelos selos e pelas poças d´água! (pulem!)

2 - Segundo: o texto.

Esse texto foi presente de um amigo muito especial, que escreve pra caralho!!! \o/ Mas não vale ficar pagando pra ele não, porque ele sabe que é safo. Mesmo assim, CastanhaZ agradece o presente!
obs: Dedicamos esse texto a ele (549).

Tudo o Que Podia Ter Sido e Não o Fui.


Olá. Sejam bem-vindos à minha vida.
Quando morrer não deixarei grande legado ao mundo. Da minha vida não há fotografias.
Sempre detestei tirar fotos de mim mesmo, ou de situações em que estivesse envolvido.
Achei sempre que conseguiria com que os meus olhos e a minha memória armazenassem a melhor imagem dos momentos que vivi, mesmo que esses fossem maus.
Nada seria tão mau se tivesse apenas uma lembrança dúbia ao invés da prova fotográfica.
Da minha vida não há filmagens. Nunca gostei de ser filmado. Da minha vida não há registros da minha voz. Nunca gostei de ouvir a minha voz.
Nessa medida, nunca gostei muito de ser filmado, assim nunca seria captada a minha imagem e conseqüentemente a minha voz.
Da minha vida não vai restar nada a não ser alguns escritos.
E, mesmo esses irão ser esquecidos, ou com o tempo irão estilhaçar-se, fragmentar-se, deteriorar-se e deixar também eles de existir, confinando assim a minha existência no mundo, e na vida, ao nada.Nunca pedi muito à vida, mas também ela pouco me deu.
Limitei-me a passar pela vida de uma forma leve e rápida, sempre a correr, a correr até aqui, até hoje, este momento, presente.Não me posso queixar.
Como, bebo, tenho roupa lavada e tomo banho a horas. Hoje tenho 70 anos e estou num lar.
Como eu estão cá muitos, cada um com o seu motivo ou razão. Uns porque não têm dinheiro e não se podem manter lá fora, outros porque se tornaram num fardo para os familiares, e outros há que estão cá porque não podem ficar sem vigilância.
Cada um com seu motivo, cada um com a sua historia. Eu também cá estou, não por estar doente, não me conseguir manter ou por ser um fardo. Não. Estou aqui porque não tenho nada lá fora e nada lá fora me mantém preso. Vim para aqui preencher o meu tempo. Dá-lo a alguém.
É preciso chegar a velho para ter tempo e poder usufruí-lo. Eu tenho tempo e nessa medida aproveito-o para dedicar a outros velhos tão diferentes e iguais a mim.
Cada um deles com seus defeitos e suas virtudes. Na sala principal há um cheiro incômodo. Cheira a velhice e o que vemos é um amontoado de seres com encontro marcado com o destino.
Tento conversar com alguns, tendo aprender algo com estes velhos. Alguns deles são verdadeiramente chatos, outros porém, são extremamente interessantes.
Lá fora somos todos diferentes, características concomitantes da realidade, cá dentro somos todos iguais.Para as enfermeiras e auxiliares somos mais uns. Senhora X, Senhor Y, remédio B, comida C. Alguns deles têm um ar extremamente cansado e também eles me parecem velhos. Não admira, trabalhar com idosos é complicado, às vezes somos piores que crianças.
Correm do trabalho para casa, de casa para o trabalho, vão buscar as filhas à cresce, fazem jantar e ajudam os filhos nos deveres. Tema do jantar é os remédios xpto, a doente H, ou a morte Y. Não agüentam e têm de levar toda a rotina e o dia-a-dia para a mesa do jantar.
Gostava de lhes poder transmitir serenidade e a paz de espírito. Paz que só um velho, como eu, com destino traçado pode transmitir a alguém. Eu gostava, mas não consegui.
Morri há 5 minutos. Era o paciente do quarto nr. 35.


(deveria ter escrito isso antes de morrer.)

:P
por Walber Vieira
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