domingo, 19 de abril de 2009

Tarja Preta


Coisas horríveis que acontecem:

1- Formigas no teclado (Sim, uma colônia).

2- Crise de bronquite.

3- Uma decisão.



Tríade... caem bem como títulos de capítulos!

Mas não estou escrevendo nenhum livro.


Listei três coisas aconteceram/acontecem comigo. Mas não importa. Temos mais com o que nos preocupar.


DENÚNCIA


Pode parecer só mais uma 'adolescente indignada', que acabou de sair do prórprio mundinho de frustrações familiares/amorosas/sei-lá-o-quê e preocupações estudantis, achando que postar no blog temas de cunho social vai adiantar alguma coisa, em vez de desligar a merda do computador e agir de verdade. Afinal, nem todos podem ler.

Pode parecer mesmo, concordo. Se você achar que é isso mesmo, vá em frente. Talvez, realmente seja... Depende do ângulo em que se olha.


A questão é que, voltando da universidade, depois de descer do ônibus, meu caminho se faz de uns poucos quarteirões. Na verdade, já estou acostumada com esse trejeto: foi meu percurso em muitos momentos (cursinho/escola/casa de algum amigo/e por aí vai...). Porém, nesse dia, acabei prestando atenção no que havia a poucos metros acima do chão (costumo andar olhando pra baixo, é mais fácil desviar das pessoas).

Tá, não é tão incomum. Realmente é fato: áreas comerciais têm muitos tiozinhos vendendo DVDp (digital video disc PIRATA), e eu dei uma olhada pr'as milhares de capinhas dentro plásticos, todas amontadas sobre uma oferta tentadora: 'somos mais baratas'.

O problema, agora, não é a cópia. Não mesmo. Seria muita hipocrisia, pois acabei de ver um filme... pirata. Tá errado, eu sei. Caracteriza imoralidade. Eu sei. (Você sabe/admite?)

Voltando, meu problema foi com a última pilha, um amontoado de vídeos suspeitos. Não eram simplesmente vídeos pornô e pronto. Era pornografia infantil.

Subiu uma sensação muito desagradável. Estava andando rápido, olhei a capa de soslaio, com o canto do olho que o óculos esqueceu de tapar. Mas não consegui tirar aquela imagem da cabeça: cabelos cacheados, tocando os ombros; sorriso natural, feliz; a criança nua, de costas; uma tarja de censura em seus olhos.

Putaquepariu, pensei. Como alguém consegue essas coisas?

Imaginei, já longe da imagem de olhos censurados, a criancinha toda feliz brincando sem roupa na própria casa, sei lá, no sofá, por exemplo. Silmultaneamente uma pessoa: vê a criança andar e pensa, vê aquele sorriso e pensa, vê a criança de costas e pensa... uma foto, uma foto.


- Lindinha, vamos tirar fotos? - mostra a câmera.

-Bora! - larga as bonecas.

- Senta aqui. - mostra a cadeira.

- Vou colocar um vestido. - levanta do sofá e sai correndo.

A pessoa coloca-se entre a saída da sala e a criança:

- Não precisa. - com sorriso amável.




XXX


Depois disso, travei.

Não consegui concluir imediatamente o pensamento: passei bem uns 30 minutos divagando...


Queria dividir com vocês não só o lirismo das coisas, mas também um pouco daquilo que realmente deve nos incomodar e fazer pensar que podemos agir, mesmo que indiretamente (obs: todas as profissões servem *servidão* à sociedade).

Temas de radação não se baseiam em questões sociais só pra ferrar uma galera, mas pra incutir a noção de responsabilidade e integração social.

As pessoas costumam achar que 'a sociedade' é um indivíduo externo à elas, uma tal senhora cheia do que resolver... Nunca param pra pensar que fazem parte dela, melhor, que elas são a prórpia sociedade, que elas é que têm todos esses diabólicos problemas...


As pessoas somos nós e eles. Os problemas são nossos e deles. Mas as precupações apenas nossas...

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Arrumando os cômodos

"Faz três posts que eu não acompanho um blog muito importante... Faz duas semanas que eu não arrumo meus dois lares... Bem-vindos à FAXINA."



Tudo começou quando...
Mentira. Não começou nada.
Bom, a desculpa é a de sempre: tô sem tempo, então não dá pra postar. É exatamente isso, 'sem tirar nem pôr'. Mas tenho muito a agradecer ao Comentário de Cobrança! \o/ Acho que vou fazer um selo chamado "Valeu, Jéssica!". Vai fazer sucesso. Duvidam?



É estranho voltar, ainda mais de malas 'vazias'. Não que minha atividade cerebral tanha parado, ou que eu esteja cega. Mas as palavras parecem estar soltas no ar, rindo de mim por não conseguir conter sua fuga: culpa da densidade de escape.
Quero umas idéias.
Quero muitas idéias.
E um post.


XXX


Tenho um texto:


Na sala de cinema


Parte I
Silêncio dos aparelhos de ar-condicionado.
Telão branco: o filme ainda não começou.
Um garoto no meio das poltronas: nem na frente, nem nos fundo. No meio. Um pouco mais à esquerda, mas no meio.
Dei uma olhada de relance pra ele. Daqueles olhares inevitáveis, automáticos, como quando somos assaltados por alguém de amarelo nos cantos da visão periférica. Inevitável.
Olho de novo, mais uma vez, enquanto busco onde me aconchegar.
Ele lê um livro: é o que parece de longe. Não fui lá pra conferir. (Pensei em ir).
Ele usa óculos.


Parte II
O menino que lê o livro. O livro que se deixa ler.
Nada mais parece importar. E as palavras encenam tudo sem a menor dificuldade ou acanhamento.
Ele assiste ao espetáculo.
Eu observo a leitura. Como fazem tantos outros.

O filme começa.


E a pergunta que não quer calar:
O QUE DIABOS ESSE MENINO TAVA LENDO???

Na minha imaginação, ele tava tão concentrado e, tinha uma cara de nerd, que podia ser um especial de alguma série de mangás! =D

O que vocês acham?