
Coisas horríveis que acontecem:
1- Formigas no teclado (Sim, uma colônia).
2- Crise de bronquite.
3- Uma decisão.
Tríade... caem bem como títulos de capítulos!
Mas não estou escrevendo nenhum livro.
Listei três coisas aconteceram/acontecem comigo. Mas não importa. Temos mais com o que nos preocupar.
DENÚNCIA
Pode parecer só mais uma 'adolescente indignada', que acabou de sair do prórprio mundinho de frustrações familiares/amorosas/sei-lá-o-quê e preocupações estudantis, achando que postar no blog temas de cunho social vai adiantar alguma coisa, em vez de desligar a merda do computador e agir de verdade. Afinal, nem todos podem ler.
Pode parecer mesmo, concordo. Se você achar que é isso mesmo, vá em frente. Talvez, realmente seja... Depende do ângulo em que se olha.
A questão é que, voltando da universidade, depois de descer do ônibus, meu caminho se faz de uns poucos quarteirões. Na verdade, já estou acostumada com esse trejeto: foi meu percurso em muitos momentos (cursinho/escola/casa de algum amigo/e por aí vai...). Porém, nesse dia, acabei prestando atenção no que havia a poucos metros acima do chão (costumo andar olhando pra baixo, é mais fácil desviar das pessoas).
Tá, não é tão incomum. Realmente é fato: áreas comerciais têm muitos tiozinhos vendendo DVDp (digital video disc PIRATA), e eu dei uma olhada pr'as milhares de capinhas dentro plásticos, todas amontadas sobre uma oferta tentadora: 'somos mais baratas'.
O problema, agora, não é a cópia. Não mesmo. Seria muita hipocrisia, pois acabei de ver um filme... pirata. Tá errado, eu sei. Caracteriza imoralidade. Eu sei. (Você sabe/admite?)
Voltando, meu problema foi com a última pilha, um amontoado de vídeos suspeitos. Não eram simplesmente vídeos pornô e pronto. Era pornografia infantil.
Subiu uma sensação muito desagradável. Estava andando rápido, olhei a capa de soslaio, com o canto do olho que o óculos esqueceu de tapar. Mas não consegui tirar aquela imagem da cabeça: cabelos cacheados, tocando os ombros; sorriso natural, feliz; a criança nua, de costas; uma tarja de censura em seus olhos.
Putaquepariu, pensei. Como alguém consegue essas coisas?
Imaginei, já longe da imagem de olhos censurados, a criancinha toda feliz brincando sem roupa na própria casa, sei lá, no sofá, por exemplo. Silmultaneamente uma pessoa: vê a criança andar e pensa, vê aquele sorriso e pensa, vê a criança de costas e pensa... uma foto, uma foto.
- Lindinha, vamos tirar fotos? - mostra a câmera.
-Bora! - larga as bonecas.
- Senta aqui. - mostra a cadeira.
- Vou colocar um vestido. - levanta do sofá e sai correndo.
A pessoa coloca-se entre a saída da sala e a criança:
- Não precisa. - com sorriso amável.
XXX
Depois disso, travei.
Não consegui concluir imediatamente o pensamento: passei bem uns 30 minutos divagando...
Queria dividir com vocês não só o lirismo das coisas, mas também um pouco daquilo que realmente deve nos incomodar e fazer pensar que podemos agir, mesmo que indiretamente (obs: todas as profissões servem *servidão* à sociedade).
Temas de radação não se baseiam em questões sociais só pra ferrar uma galera, mas pra incutir a noção de responsabilidade e integração social.
As pessoas costumam achar que 'a sociedade' é um indivíduo externo à elas, uma tal senhora cheia do que resolver... Nunca param pra pensar que fazem parte dela, melhor, que elas são a prórpia sociedade, que elas é que têm todos esses diabólicos problemas...
As pessoas somos nós e eles. Os problemas são nossos e deles. Mas as precupações apenas nossas...