Passando pela rua, por volta das quatro da tarde, cruzei com um rapaz que procurava algo no lixo. Pior ainda: nem havia lixeira. O "algo", provavelmente comida, devia estar no fundo daquela sacola preta, jogada no chão.
Um cachorro estava por perto, o aguardava mais que observava. Sim, o rapaz revirava o lixo da sacola tal qual um cão faria, mas ainda assim era um homem, e todos sabemos que os cães são os melhores amigos.
Olhei a cena, foi bem rápido, estava a passos apressados e pensei "Porra, tem um cara morrendo de fome bem aqui, um cachorro olhando e eu estou indo ver filme no Centur.. que merda, hein" . Pensei e continuei caminhando.
E o meu maldito pensamento me provou o contrário hoje e, certamente, alguém me diria que esta foi a grande ironia do dia.
O filme era Monty Python - O Sentido da Vida (1983), o último do grupo. Superprodução, críticas exageradas e totalmente descaradas, humor inteligente pra valer, como não se vê [muito] nos dias de hoje.
A exibição fez parte da Sessão Cult do Cine Líbero Luxardo (CENTUR), a qual oferece um debate aberto ao final da sessão. E o melhor de tudo foi essa breve, porém proveitosa, conversa entre os críticos de cinema da ACCPA e o público.
A disussão passou por vários temas, principalmente as críticas do filme, também puxando outros assuntos como os sintomas da Doença Cultural que vêm se perpetuando desde sabe-se lá quando...
As pessoas têm visto poucos filmes, assistido a poucas peças de teatro, lido menos ainda... Na realidade, o que foi realmente discutido foi o estímulo ao pensamento.
Por que as pessoas não procuram algo que as alimente culturalmente nos dias de hoje?
Por que não se dão ao trabalho de assistir a filme como Monty Python The Meaning of Life e realmente se perguntar: Qual o sentido da vida? [afinal, fica em aberto...]
E esse tipo de questionamento acabou caindo na temática da Educação.
Se seu filho vai à escola e, mesmo assim, o professor passa um melodrama qualquer para discutir na aula de literatura ou usa letras com pouco conteúdo para as aulas de português, é hora de acordar e se perguntar o que vem acontecendo com o senso crítico do ser humano, e digo mais, dos indivíduos da sociedade brasileira.
Discutiu-se também a suposta continuidade crítica que deveria se seguir da escola para a universidade. Infelizmente, não é o que acontece. Os colégios só se preocupam em aprovar os estudantes no vestibular, permitindo, muitas vezes, que eles cheguem vazios, sem conteúdo algum, no mundo acadêmico, na vida.
Qual o problema com pensar?
Refletindo sobre isso, já na volta para a casa, lembrei do novo grupo que está se formando de frequentadores do circuito alternativo de cinema de Belém (do qual tenho me considerado parte). Muita gente acha que "filme cult" não é pra todo mundo, e não faz a mínima questão de difundir a cultura. As programações e sinopses ficam retidas naquele seleto grupo, que se acha culto demais para se misturar com "os outros".
Como também foi discutido, o que está faltando é ESTÍMULO! E falo de estímulo cultural.
Antes, não sei quando, a sociedade era bombardeada de estímulos culturais, vindo de todas as direções: música, teatro, literatura, cinema, fotografia, pintura, dança... E hoje, INFELIZMENTE, temos que PROCURAR o estímulo, PROCURAR a cultura.
Mas quem procura acha!
E quem achar deve compartilhar... certo?
Então faço minha parte apresentando a agenda cultural online de Belém - Guiart (http://www.guiart.com.br/), o blog da ACCPA (http://accpara.blogspot.com/) e o Portal Cultura (http://www.portalcultura.com.br/).
Ainda queria falar mais sobre educação e o papel do educador na sociedade... Mas acho que perdi o fio da meada.
Mas uma coisa é certa, a minha licenciatura plena em Ciências Biológicas também se destinará a fazer as pessoas pensarem!
Porque pensar é inerente ao ser humano.
Porque pensar é conseqüência de um estímulo.
Um cachorro estava por perto, o aguardava mais que observava. Sim, o rapaz revirava o lixo da sacola tal qual um cão faria, mas ainda assim era um homem, e todos sabemos que os cães são os melhores amigos.
Olhei a cena, foi bem rápido, estava a passos apressados e pensei "Porra, tem um cara morrendo de fome bem aqui, um cachorro olhando e eu estou indo ver filme no Centur.. que merda, hein" . Pensei e continuei caminhando.
E o meu maldito pensamento me provou o contrário hoje e, certamente, alguém me diria que esta foi a grande ironia do dia.
O filme era Monty Python - O Sentido da Vida (1983), o último do grupo. Superprodução, críticas exageradas e totalmente descaradas, humor inteligente pra valer, como não se vê [muito] nos dias de hoje.
A exibição fez parte da Sessão Cult do Cine Líbero Luxardo (CENTUR), a qual oferece um debate aberto ao final da sessão. E o melhor de tudo foi essa breve, porém proveitosa, conversa entre os críticos de cinema da ACCPA e o público.
A disussão passou por vários temas, principalmente as críticas do filme, também puxando outros assuntos como os sintomas da Doença Cultural que vêm se perpetuando desde sabe-se lá quando...
As pessoas têm visto poucos filmes, assistido a poucas peças de teatro, lido menos ainda... Na realidade, o que foi realmente discutido foi o estímulo ao pensamento.
Por que as pessoas não procuram algo que as alimente culturalmente nos dias de hoje?
Por que não se dão ao trabalho de assistir a filme como Monty Python The Meaning of Life e realmente se perguntar: Qual o sentido da vida? [afinal, fica em aberto...]
E esse tipo de questionamento acabou caindo na temática da Educação.
Se seu filho vai à escola e, mesmo assim, o professor passa um melodrama qualquer para discutir na aula de literatura ou usa letras com pouco conteúdo para as aulas de português, é hora de acordar e se perguntar o que vem acontecendo com o senso crítico do ser humano, e digo mais, dos indivíduos da sociedade brasileira.
Discutiu-se também a suposta continuidade crítica que deveria se seguir da escola para a universidade. Infelizmente, não é o que acontece. Os colégios só se preocupam em aprovar os estudantes no vestibular, permitindo, muitas vezes, que eles cheguem vazios, sem conteúdo algum, no mundo acadêmico, na vida.
Qual o problema com pensar?
Refletindo sobre isso, já na volta para a casa, lembrei do novo grupo que está se formando de frequentadores do circuito alternativo de cinema de Belém (do qual tenho me considerado parte). Muita gente acha que "filme cult" não é pra todo mundo, e não faz a mínima questão de difundir a cultura. As programações e sinopses ficam retidas naquele seleto grupo, que se acha culto demais para se misturar com "os outros".
Como também foi discutido, o que está faltando é ESTÍMULO! E falo de estímulo cultural.
Antes, não sei quando, a sociedade era bombardeada de estímulos culturais, vindo de todas as direções: música, teatro, literatura, cinema, fotografia, pintura, dança... E hoje, INFELIZMENTE, temos que PROCURAR o estímulo, PROCURAR a cultura.
Mas quem procura acha!
E quem achar deve compartilhar... certo?
Então faço minha parte apresentando a agenda cultural online de Belém - Guiart (http://www.guiart.com.br/), o blog da ACCPA (http://accpara.blogspot.com/) e o Portal Cultura (http://www.portalcultura.com.br/).
Ainda queria falar mais sobre educação e o papel do educador na sociedade... Mas acho que perdi o fio da meada.
Mas uma coisa é certa, a minha licenciatura plena em Ciências Biológicas também se destinará a fazer as pessoas pensarem!
Porque pensar é inerente ao ser humano.
Porque pensar é conseqüência de um estímulo.